Afinal, o que são os problemas auditivos?

O ouvido humano, quando funcionando corretamente, consegue captar e processar uma ampla faixa de intensidade acústica, a qual varia entre 0 e 120 decibéis (dB), e os problemas auditivos se caracterizam com a diminuição (ou perda total) de processar sons acima de 20 dB, podendo acometer apenas um ouvido ou os dois ao mesmo tempo, sendo que o seu grau de perda varia de pessoa para pessoa e pode ser classificado conforme explicamos abaixo.

Perda Auditiva Leve (21 dB - 40 dB)

Essa é a faixa de perda auditiva mais difícil de detectar, uma vez que a pessoa consegue conversar normalmente, porém, encontra dificuldades em compreender a fala em ambientes com muitos ruídos ao fundo, além de não conseguir ouvir sons suaves, como cantos de pássaros.

Perda Auditiva Moderada (41 - 70 dB)

Aqui, os problemas auditivos começam a ficar mais nítidos, com a pessoa tendo mais dificuldade em acompanhar e compreender as conversas, tanto pessoalmente quando via telefone, e, além disso, não conseguindo captar sons mais fortes, como latidos de cachorros e aparelhos eletrodomésticos.

Perda Auditiva Severa (71 a 90 dB)

Na perda auditiva severa, a pessoa não consegue compreender a fala e nem ouvir sons bastante altos, como carros passando na rua.

Perda Auditiva Profunda (< 90 db)

Esse é o nível mais alto de perda auditiva, de modo que a pessoa não consegue ouvir nada sem o uso de recursos, como aparelhos auditivos ou implante coclear, e a comunicação fica impossibilitada, principalmente se a pessoa não souber fazer leitura labial ou usar Linguagem de Sinais (LIBRAS).

Como os problemas auditivos afetam a vida da pessoa?

Os problemas auditivos podem trazer várias consequências, principalmente relacionadas às interações sociais e à comunicação, uma vez que a dificuldade de acompanhar e compreender conversas dificulta a construção de relacionamentos interpessoais, fazendo com que, com o tempo, a pessoa com perda auditiva se feche e se isole, o que potencializa, inclusive, o desenvolvimento de depressão e baixa autoestima.

Quais são os principais causadores dos problemas auditivos?

Os problemas auditivos podem surgir de forma congênita (presente desde o nascimento) ou ser adquiridos ao longo da vida, sendo que a poluição sonora, especialmente nas grandes cidades, é um dos principais fatores. No entanto, existem outras causas, tais como:

  • traumas;
  • sequelas de acidentes;
  • presença de líquidos ou objetos no canal auditivo;
  • ototoxicidade (reação adversa a medicamentos);
  • hereditariedade.

Além dessas causas, também existem doenças que podem provocar problemas auditivos, tais como:

  • otite;
  • Doença de Meniére;
  • meningite;
  • otosclerose;
  • displasia de Mondini.

Todas elas comprometem, de alguma forma, o canal auditivo, diminuindo a recepção dos sons, e, além dessas, outra causa bastante comum dos problemas auditivos é a chamada presbiacusia. Essa palavra define a perda auditiva de pessoas na terceira idade (a partir dos 60 anos) e traz alterações na orelha interna.

Por fim, outra causa comum de problemas auditivos é a exposição a ambientes ruidosos, que são, em geral, aqueles relacionados ao local de trabalho, como fábrica e obras, onde o ruído costuma ser superior a 85 dB, que é o limite máximo suportável, considerando-se uma jornada de trabalho de 8 horas.

No entanto, os ambientes ruidosos não se limitam somente a locais de trabalhos: bares, restaurantes e shows também podem apresentar níveis elevados de ruídos, os quais vão danificando o ouvido interno com a exposição prolongada aos sons, causando perda auditiva.

E quais são os principais sinais de perda auditiva?

Os problemas auditivos, na maioria dos casos, se manifestam de forma lenta e quase imperceptível, e os amigos e familiares são os primeiros a perceberem a deficiência auditiva e são eles que alertam a pessoa com surdez para o fato.

"Hein?"

Na maioria das vezes, o principal sintoma de problema auditivo é este: a pessoa está sempre pedindo para que a frase dita seja repetida por não conseguir escutá-la. Ela pode também dar respostas sem sentido, por vergonha de pedir a repetição.

"Quê?"

Bastante parecido com o sintoma anterior. Nesse caso, ocorre o inverso: a pessoa até ouve, porém não compreende as palavras que foram faladas, pois algumas frequências (graves/agudos/vogais/consoantes) já não são audíveis e atrapalham na interpretação.

"Abaixe isso!"

O som da televisão ou rádio já esteve tão alto a ponto de você pedir para que alguém os abaixasse um pouco? Saiba que são grandes as chances de essa pessoa ter problemas auditivos.

Zzzzzzzz……

Aproximadamente 90% dos casos de zumbido estão associados com perda auditiva, sendo caracterizados como um chiado repetitivo, contínuo e irritante, que pode durar horas e horas. Porém, embora seja um sintoma comum de problema auditivo, ele pode estar relacionado a outras causas também, sendo importante consultar um médico caso ele persista por muito tempo.

Isolamento

Fique alerta se uma pessoa antes ativa e sociável se retrair: isso pode indicar que ela não anda ouvindo muito bem.

O isolamento acontece porque, com o desenvolvimento do problema auditivo, a pessoa enfrenta dificuldades em acompanhar conversas e tem uma crescente sensação de estar incomodando os outros com os pedidos de repetição.

A dificuldade de escutar bem atrapalha (e muito) a vida de quem sofre com os problemas auditivos: imagine não conseguir acompanhar conversas, não entender o que é dito no telefone ou ter que se policiar enquanto caminha pelas ruas por não ouvir um carro se aproximando. Tudo isso traz várias consequências que vão desde questões de autoestima a problemas de segurança.

Falta de reação

Há um som alto e a pessoa não reagiu? Chamou alguém e teve a impressão de que ele não escutou? Esses são sinais de que a pessoa pode ter problemas auditivos, perdendo a capacidade de escutar sons em determinadas faixas de frequência.

Por fim, vale lembrar que a melhor medida ao notar quaisquer sinais que possam indicar perda auditiva é buscar um especialista, que poderá avaliar o caso de forma individualizada e identificar se há, de fato, problemas auditivos de ordem crônica ou se há uma condição eventual.

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